terça-feira, 2 de junho de 2015

Resenha #1: "Doctor Who - Shada" por Gareth Roberts

Olá pessoal, tudo bem?

Hoje venho resenhar um livro fantástico e adorado pelo público nerd, principalmente os fãs de Doctor Who, que é Shada. Allons-y!

Título: Doctor Who - Shada
Autor (a): Gareth Roberts
Editora: Suma das Letras
Páginas:345
Ano: 2014
Nota: 5/5
Doctor Who: Shada - Vista e cultuada em mais de 200 países, a série de TV Doctor Who é um ícone cultural britânico que conquistou mais de 70 milhões de fãs em 50 anos de aventura.
O seriado acompanha o Doutor: um viajante misterioso, vindo do planeta Gallifrey, movido pelo desejo de explorar todos os cantos do tempo e do espaço. Um dos Senhores do Tempo, o Doutor é capaz de se regenerar para escapar da morte, mudando de corpo, rosto e personalidade. Com seus companheiros, humanos e alienígenas, ele protege a Terra e o cosmos contra perigos de todos os tipos.
Shada reconta um episódio que nunca foi transposto para as telas de televisão, uma aventura “perdida” de 1979. Escrita pelo então editor de roteiros da série, Douglas Adams, o autor de O guia do mochilerio das galáxias, Shada traz a quarta encarnação do Doutor e sua companheira Romana II.

Shada originalmente seria um roteiro para a série de televisão de Doctor Who, escrita por ninguém menos que Douglas Adams, e que acabou não sendo exibida e se tornando uma "história perdida". Recentemente o roteiro para a série foi encontrado e a função de transcrevê-lo para o livro ficou nas mãos de Gareth Roberts, que escreveu diversos livros durante a longa e dolorosa década de hiatus da série, além de ser o responsável pelos roteiros dos episódios “The Shakespeare Code”, “The Unicorn and the Wasp”, “Planet of the Dead”, “The Lodger” e “Closing Time”.

Explicando Doctor Who de forma resumida, temos o Doutor, um Time Lord, que é como são conhecidos os habitantes do planeta de Gallifrey, que viaja pelo tempo e pelo espaço através da TARDIS. A TARDIS é uma espaçonave que pode fazer viagens no tempo e, especificamente a do Doutor, tem a forma de uma cabine de polícia londrina de 1960. Em todas as suas aventuras o Doutor está sempre acompanhado por alguém, geralmente uma mulher, que se torna sua companion. Além disso, o segredo para a série está sendo exibida há 50 anos é que os Time Lords conseguem enganar a morte se regenerando, ou seja, sempre que estão perto de morrer eles mudam de corpo, de personalidade, tudo, mas mantém as memórias do corpo anterior. Assim, sempre houve rotatividade dos protagonistas e em Shada acompanhamos uma aventura do quarto Doutor.

O Doutor viaja até a universidade de Cambridge, junto com sua companion Romana II, por conta do chamado de um velho amigo seu, o Professor Chronotis, que também é um Time Lord mas está "aposentado", já passando pelas 12 regenerações (número máximo) e tendo mais de 12 mil anos de idade. A intenção do Professor era que o Doutor devolvesse a Gallifrey um livro extremamente poderoso e perigoso que ele havia roubado. O que eles não contavam é que, sem querer, Chris Parsons, um estudante, havia pego o livro por engano. Em contra partida temos Skagra, o vilão da vez, que está atrás do livro do Professor para conseguir completar seu plano. 

Skagra é um grande psicopata que deseja se tornar o novo Deus do universo e para isso ele desenvolveu uma máquina que consegue extrair as memórias das pessoas e transferir para ele, porém para completar seu plano ele precisa desvendar O venerável e ancestral livro das leis de Gallifrey e tomar para si um poder misterioso e escondido através dos milênios pelos Time Lords.

"Aos 5 anos, Skagra conclui sem sombras de dúvidas que Deus não existia. A maioria das pessoas que chegam a tal constatação reage de uma das seguintes formas - com alívio ou com desespero. Somente Skagra reagiu pensando 'Peraí. Isso significa que existe uma vaga disponível.'"(P. 11)

Tudo mais que eu contar a partir de agora será um enorme spoiller, mas posso adiantar que Shada consegue te prender na leitura do início ao fim. Eu não conseguia parar de ler e tive que me forçar para poder dormir. Durante toda a leitura vários pontos surgem e no final todos eles são amarrados de forma surpreendente, com diversas voltas e reviravoltas inimagináveis.

Roberts conseguiu dar uma velocidade incrível para o roteiro do Adams. Com parágrafos curtos, intercalando o foco entre cada personagem, e narrativa em terceira pessoa é possível encontrar em Shada uma história completa e com todos os pontos de vista devidamente abordados.

Um aviso importante para quem está acompanhando a série a partir do reboot, como eu: na série clássica os Time Lords não eram uma raça extinta e o planeta de Gallifrey ainda existia, tanto que Romana também é uma Time Lord. De começo estranhei um pouco, mas pesquisei sobre a série clássica e a escrita do livro é tão fascinante e logo nos acostumamos com os fatos.

O livro é publicado pela Suma das Letras, as folhas são amareladas e a fonte possui um tamanho agradável para leitura.